LITERATURA – BRASILEIRA


  • Lygia Fagundes Telles morreu no domingo em sua casa em São Paulo, aos 98 anos. Lygia foi a terceira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em 1985, tornou-se imortal da Academia Brasileira de Letras e, em 2005, recebeu, pelo conjunto de suas obras, a consagração máxima para um autor da Língua Portuguesa, o Prêmio Camões.

    Eu sou uma jogadora. Meu pai era um jogador. Ele jogava com as fichas, eu jogo com as palavras. Eu acho que nós temos de arriscar, o tempo todo, até a morte. Então, arrisco e acho válido. É uma forma de transpor o círculo de giz, a fronteira. Isto, para o escritor, é sempre uma esperança.

    — Lygia Fagundes Telles [1]
    Lygia Fagundes Telles em capa da Revista “Cadernos de Literatura Brasileira”

    Manifesto dos Intelectuais – 1977

    Durante a ditadura militar, Lygia Fagundes Telles, junto a outros colegas, liderou a elaboração de um abaixo-assinado de mais de mil signatários contra a censura. Tratava-se do primeiro documento da sociedade civil a reclamar o fim da censura e a volta da democracia. A escritora Nélida Pinon (atualmente integrante da ABL!), também fez parte do manifesto e o relata detalhes do manifesto em seu livro Livro das Horas, também parte do desafio (relembre aqui link).

    No Desafio Mulheres na ABL, que é ler pelo menos um livro de cada escritora eleita para a Academia Brasileira de Letras (9 até o momento!?!) e fazer uma postagem sobre ela e sua obra, a obra escolhida foi o livro Ciranda de Pedra, publicado em 1954 ( relembre aqui link). O livro é considerado o marco de sua maioridade como escritora.

    Lygia F. Telles é uma escritora maravilhosa que merece ser lida. O desafio continua.

    Mais informações sobre a escritora em:

    1. Discurso de recepção – ABL https://www.academia.org.br/academicos/lygia-fagundes-telles/discurso-de-recepcao
    2. “Manifesto dos Intelectuais” pediu o fim da censura em janeiro de 77 https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/4/03/brasil/27.html
    3. Entrevista para o programa Roda Viva em 1996 (https://tvcultura.com.br/videos/13111_lygia-fagundes-telles-07-10-1996.html)
    4. Desafio Mulheres na ABL (http://500livros.blogspot.com/2016/04/ciranda-de-pedra-lygia-fagundes-telles.html
    5. Livro das Horas – Nelida Pinon (https://600livros.blogspot.com/2017/11/se-machado-de-assis-existiu-o-brasil-e.html)
  • Livro Cancioneiro da Editora L&PM

    Cancioneiro é uma coletânea de poemas de Fernando Pessoa (1888-1935), os poemas reunidos foram originalmente publicados esparsamente em periódicos e organizados por Jane Tutikian. Em vida, Fernando Pessoa publicou apenas cinco livros1, um em português — Mensagem (1934) — e os restantes em inglês. No entanto, sua obra é muito extensa, indo muito alem dos livros publicados. Ele publicava regularmente o seu trabalho em revistas e teve vários poemas inéditos publicados postumamente. Ele deixou mais de 25 mil folhas com texto que são espólio à guarda da Biblioteca Nacional de Portugal.2

    A característica principal da obra de Fernando Pessoa é a tentativa de olhar o mundo de uma forma múltipla, ele foi vários poetas ao mesmo tempo, ele criou vários heterônimos. Seus heterônimos tinham personalidades próprias, os mais conhecidos são Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis. Em Cancioneiro constam poemas assinados por Fernando Pessoa com seu próprio nome.

    Esta tendência para criar em torno de mim um outro mundo, igual a este mas com outra gente, nunca me saiu da imaginação. — Em Carta a Adolfo Casais Monteiro3, 13 de janeiro de 1935

    A palavra cancioneiro é o nome dado ao conjunto de poesias líricas medievais, portuguesas ou espanholas, fortemente ligadas à música, ao canto e à dança. As poesias reunidas no livro Cancioneiro estão ligadas à tradição lírica portuguesa, e apresentam forte musicalidade.

    Leia a seguir alguns poemas selecionados de Cancioneiro:

    Assim, sem nada feito e o por fazer


    Assim, sem nada feito e o por fazer
    Mal pensado, ou sonhado sem pensar,
    Vejo os meus dias nulos decorrer,
    E o cansaço de nada me aumentar.

    Perdura, sim, como uma mocidade
    Que a si mesma se sobrevive, a esperança,
    Mas a mesma esperança o tédio invade,
    E a mesma falsa mocidade cansa.

    Tênue passar das horas sem proveito,
    Leve correr dos dias sem ação,
    Como a quem com saúde jaz no leito
    Ou quem sempre se atrasa sem razão.

    Vadio sem andar, meu ser inerte
    Contempla-me, que esqueço de querer,
    E a tarde exterior seu tédio verte
    Sobre quem nada fez e nada quere.

    Inútil vida, posta a um canto e ida
    Sem que alguém nela fosse, nau sem mar,
    Obra solentemente por ser lida,
    Ah, deixem-se sonhar sem esperar!

    Cansa Sentir Quando se Pensa


    Cansa sentir quando se pensa.
    No ar da noite a madrugar
    Há uma solidão imensa
    Que tem por corpo o frio do ar.

    Neste momento insone e triste
    Em que não sei quem hei de ser,
    Pesa-me o informe real que existe
    Na noite antes de amanhecer.

    Tudo isto me parece tudo.
    E é uma noite a ter um fim
    Um negro astral silêncio surdo
    E não poder viver assim.

    (Tudo isto me parece tudo.
    Mas noite, frio, negror sem fim,
    Mundo mudo, silêncio mudo —
    Ah, nada é isto, nada é assim!)

    Autopsicografia


    O poeta é um fingidor.
    Finge tão completamente
    Que chega a fingir que é dor
    A dor que deveras sente.

    E os que lêem o que escreve,
    Na dor lida sentem bem,
    Não as duas que ele teve,
    Mas só a que eles não têm.

    E assim nas calhas de roda
    Gira, a entreter a razão,
    Esse comboio de corda
    Que se chama coração.

    — Fernando Pessoa

    Referências

    1. Livros de Fernando Pessoa publicados em vida.
      casafernandopessoa.pt/pt/fernando-pessoa/obra/fernando-pessoa
    2. Casa Fernando Pessoa.
      casafernandopessoa.pt/pt/fernando-pessoa/obra
    3. Carta a Adolfo Casais Monteiro.
      casafernandopessoa.pt/pt/fernando-pessoa/textos/heteronimia
  • Conheça um pouco da história do poema Poema Sujo de Ferreira Gullar. Neste vídeo, o autor conta como escreveu o poema, enquanto estava exilado durante a ditadura militar e como o poema o ajudou a retornar ao Brasil.

    Sentia-me dentro de um cerco que se fechava. Decidi, então, escrever um poema que fosse o meu testemunho final, antes que me calassem para sempre.

    — Ferreira Gullar

    A seguir um Trecho do Poema

    Poema Sujo (Ferreira Gullar)


    Introduzo na poesia
    A palavra diarréia.
    Não pela palavra fria
    Mas pelo que ela semeia.

    Quem fala em flor não diz tudo.
    Quem me fala em dor diz demais.
    O poeta se torna mudo
    sem as palavras reais.

    No dicionário a palavra
    é mera idéia abstrata.
    Mais que palavra, diarréia
    é arma que fere e mata.
    Que mata mais do que faca,
    mais que bala de fuzil,
    homem, mulher e criança
    no interior do Brasil.

    Por exemplo, a diarréia,
    no Rio Grande do Norte,
    de cem crianças que nascem,
    setenta e seis leva á morte.
    É como uma bomba D
    que explode dentro do homem
    quando se dispara, lenta,
    a espoleta da fome.

    É uma bomba-relógio
    (o relógio é o coração)
    que enquanto o homem trabalha
    vai preparando a explosão.

    Bomba colocada nele
    muito antes dele nascer;
    que quando a vida desperta
    nele, começa a bater.

    Bomba colocada nele
    Pelos séculos de fome
    e que explode em diarréia
    no corpo de quem não come.

    Não é uma bomba limpa:
    é uma bomba suja e mansa
    que elimina sem barulho
    vários milhões de crianças.

    [...]
  • Pintura Retirantes de Candido Portinari

    Coração


    Morreu de faca no peito
    quanto o coração só lhe falavade amor.
    A faca se abriu em chaga
    vermelha e meio com jeito de flor.

    Morreu de febre no leito
    quando o coração já lhe falhava
    no peito.
    Deixou órfãos e viúva.
    Partiu num dia de chuva
    sem palavras.
    Morreu de foice no eito
    enquanto o coração lhe sussurrava:
    — que proveito?
    Deu por perdida a batalha:
    a sua, não o que restava
    a ser feito.

    Morreu de fome e direito
    negado, quando o coração
    só lhe dizia CHEGA! E o esqueleto
    já se entrevia antes de enterrado.
    Morreu de omissão:
    assassinado.

    Morreu de fúria e despeito
    quando o coração se lhe inchava no peito.
    E a epígrafe se destacava:
    "Não será de ninguém
    o que é meu.
    De direito!"

    - Maria Thereza Noronha
  • Eu canto porque o instante existe
    e a minha vida está completa.
    Não sou alegre nem sou triste:
    sou poeta.

    Irmão das coisas fugidias,
    não sinto gozo nem tormento.
    Atravesso noites e dias
    no vento.

    Se desmorono ou se edifico,
    se permaneço ou me desfaço,
    — não sei, não sei. Não sei se fico
    ou passo.

    Sei que canto. E a canção é tudo.
    Tem sangue eterno a asa ritmada.
    E um dia sei que estarei mudo:
    — mais nada.

    — Poema de Cecília Meireles retirado do livro Viagem (1939)

    Livro Viagem de Cecília Meireles
    Editora Global.

    Leia outros poemas de Cecília Meireles …

  • Vista aérea do cemitério Nossa Senhora Aparecida, em Manaus
    Foto: Michael Dantas/AFP

    Quando ontem adormeci
    Na noite de São João
    Havia alegria e rumor
    Estrondos de bombas luzes de Bengala
    Vozes, cantigas e risos
    Ao pé das fogueiras acesas.

    No meio da noite despertei
    Não ouvi mais vozes nem risos
    Apenas balões
    Passavam, errantes

    Silenciosamente
    Apenas de vez em quando
    O ruído de um bonde
    Cortava o silêncio
    Como um túnel.
    Onde estavam os que há pouco
    Dançavam
    Cantavam
    E riam
    Ao pé das fogueiras acesas?

    — Estavam todos dormindo
    Estavam todos deitados
    Dormindo
    Profundamente.

    Quando eu tinha seis anos
    Não pude ver o fim da festa de São João
    Porque adormeci

    Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
    Minha avó
    Meu avô
    Totônio Rodrigues
    Tomásia
    Rosa
    Onde estão todos eles?

    — Estão todos dormindo
    Estão todos deitados
    Dormindo
    Profundamente.

    In “Antologia Poética – Manuel Bandeira”, Editora Nova Fronteira – Rio de Janeiro, 2001.

  • ...Liberdade, essa palavra
    que o sonho humano alimenta
    que não há ninguém que explique
    e ninguém que não entenda...

    In Romanceiro da Inconfidência de Cecília Meireles

    Romanceiro da Inconfidência é uma coletânea de poemas de Cecília Meireles (1901-1964), publicada em 1953, que conta a História de Minas dos inícios da colonização no século XVII até a Inconfidência Mineira (revolta separatista ocorrida em fins do século XVIII na então Capitania de Minas Gerais).

    Cecília aborda a escravidão na região central do planalto em episódios da exploração do ouro e dos diamantes no século XVIII. O centro da coletânea é dedicado ao destino dos heróis da chamada “Inconfidência Mineira” – Joaquim José da Silva Xavier, Tomás Antônio Gonzaga, sua noiva Marília de Dirceu bem como de outras figuras históricas como D. Maria I.

    A obra assume o lado dos derrotados (transformados depois em heróis da Independência do Brasil) denunciando o sistema colonial que favorece a exploração dos desvalidos.

    Capa do Livro Romanceiro da Inconfidência
    (editora Global).

    Referencias

  • Livro No Caminho com Maiakóvski

    NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI


    Assim como a criança
    humildemente afaga
    a imagem do herói,
    assim me aproximo de ti, Maiakóvski.
    Não importa o que me possa acontecer
    por andar ombro a ombro
    com um poeta soviético.
    Lendo teus versos,
    aprendi a ter coragem.

    Tu sabes,
    conheces melhor do que eu
    a velha história.
    Na primeira noite eles se aproximam
    e roubam uma flor
    do nosso jardim.
    E não dizemos nada.
    Na Segunda noite, já não se escondem:
    pisam as flores,
    matam nosso cão,
    e não dizemos nada.
    Até que um dia,
    o mais frágil deles
    entra sozinho em nossa casa,
    rouba-nos a luz, e,
    conhecendo nosso medo,
    arranca-nos a voz da garganta.
    E já não podemos dizer nada.

    Nos dias que correm
    a ninguém é dado
    repousar a cabeça
    alheia ao terror.
    Os humildes baixam a cerviz;
    e nós, que não temos pacto algum
    com os senhores do mundo,
    por temor nos calamos.
    No silêncio de meu quarto
    a ousadia me afogueia as faces
    e eu fantasio um levante;
    mas amanhã,
    diante do juiz,
    talvez meus lábios
    calem a verdade
    como um foco de germes
    capaz de me destruir.

    [...]

    — Eduardo Alves da Costa

    Trecho do Poema No Caminho com Maiakóvski de Eduardo Alves da Costa. Um dos poemas mais famosos da literatura brasileira – muitas vezes erroneamente atribuído a diversos autores como Bertolt Brecht e Vladimir Maiakóvski.

    Leia o poema completo em Jornal de Poesia

  • Machado de Assis e Carlos Drummond de Andrade.
    Fonte: Wikipedia.

    Machado de Assis morou durante muitos anos na casa nº 18 da rua Cosme Velho, no bairro de mesmo nome, no Rio de Janeiro. Lá morreu em 1908 aos 69 anos, quase 4 anos após a morte de sua esposa Carolina Augusta de Novais.

    O escritor ganhou o apelido Bruxo do Cosme Velho e este tornou-se sinônimo de seu nome em artigos em jornais, revistas e publicações acadêmicas. Ganhando mais força no meio literário quando Carlos Drummond de Andrade publicou um poema em sua homenagem “A um bruxo, com amor”. O poema foi publicado em 1958 no Correio da Manhã>, confira abaixo um trecho do poema de Drummond dedicado a Machado de Assis.

    A um bruxo, com amor


    Em certa casa da Rua Cosme Velho (que se abre no vazio)
    venho visitar-te; e me recebes
    na sala trajestada com simplicidade
    onde pensamentos idos e vividos
    perdem o amarelo
    de novo interrogando o céu e a noite.

    Outros leram da vida um capítulo, tu leste o livro inteiro.
    Daí esse cansaço nos gestos e, filtrada,
    uma luz que não vem de parte alguma
    pois todos os castiçais
    estão apagados.

    Contas a meia voz
    maneiras de amar e de compor os ministérios
    e deitá-los abaixo, entre malinas
    e bruxelas.
    Conheces a fundo
    a geologia moral dos Lobo Neves
    e essa espécie de olhos derramados
    que não foram feitos para ciumentos.

    [...]

    Ao longo de sua carreira Drummond foi também um crítico de Machado de Assis vindo a se retratando mais tarde. Aos 22 anos, considerava Machado de Assis um entrave à obra de renovação da cultura geral a ser repudiado, fato registrado com a publicação do seu artigo Sobre a tradição em literatura.

    Os escritores do período modernista procuravam uma renovação literária e confrontar com Machado de Assis era um peso insuportável. O livro recém-publicado e organizado pelo Professor de Literatura Brasileira da Universidade de São Paulo (USP), Hélio de Seixas Guimarães, demonstra as mudanças e transformações de Drummond até a sua famosa retratação:

    Amor nenhum dispensa uma gota de ácido

    — Carlos Drummond de Andrade

    Machado de Assis foi tema de inúmeros textos de Drummond ao longo das décadas que separam as posições contrárias do artigo crítico da homenagem em seu poema. O livro do professor Hélio Guimarães reúne esses escritos e retraça o percurso da compreensão profunda do escritor mais velho pelo mais novo. Guimarães é também autor de outros livros sobre Machado de Assis. Na entrevista a seguir ele fala sobre seu livro “Machado de Assis o escritor que nos lê”.

    Referencias

  • Terminei finalmente o desafio Mulheres na Academia Brasileira de Letras (ABL), relembrem aqui o Desafio. Numa breve retrospectiva, ao todo, 288 intelectuais já foram consagrados como imortais da ABL, desses apenas 8 são mulheres. A primeira foi Rachel de Queiroz em 1977, seguida por Dinah Silveira de Queiroz em 1980, a terceira foi Lygia Fagundes Telles em 1985, Nélida Piñon em 1989, Zélia Gattai em 2001, Ana Maria Machado em 2003, Cleonice Berardinelli, em 2009 e por fim, Rosiska Darcy, em 2013.

    O livro escolhido para cumprir a última etapa do desafio foi Cinco Séculos de Sonetos Portugueses da escritora Cleonice Berardinelli (102 anos!!). A obra reúne a antologia de poemas e coletânea de ensaios escritos ao longo de décadas. Nas palavras da escritora portuguesa Sophia Andresen, uma das mais importantes poetisas portuguesas do século XX, Cleonice pode ser descrita com alguém

    que procura tornar mais clara a cidade dos homens

    Sophia Andresen faz parte da lista de poetas selecionados para o livro Cinco Séculos de Sonetos Portugueses. Cleonice descreve neste como teve a oportunidade de conhecer pessoalmente a escritora em 1966, período em que Cleonice lecionava na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

    Cleonice Berardinelli.
    Imagem: oglobo.

    Para conhecer um pouco mais a escritora assista ao documentário O vento lá fora dirigido por Marcio Debellian. O documentário apresenta um retrato do poeta Fernando Pessoa a partir da leitura de poemas criado pela professora Cleonice Berardinelli e pela cantora Maria Bethânia. Confira o Trailer do Filme a seguir:

    Espero que tenham gostado do desafio. Pretendo continuar a conhecer outras obras das autoras imortalizadas pela ABL e também de muitas outras escritoras brilhantes que não foram escolhidas, o que certamente não ocorreu por falta de mérito.

    Referências

    1. Perfil da Academica na ABL
      https://www.academia.org.br/academicos/cleonice-berardinelli
    2. Desafio Mulheres na ABL
      https://www.literatura-brasileira.com/2015/05/desafio-mulheres-na-academia-brasileira.html
    3. Cleonice Berardinelli: os sonetos portugueses por sua maior estudiosa
      https://blogs.oglobo.globo.com/prosa/post/cleonice-berardinelli-os-sonetos-portugueses-por-sua-maior-estudiosa-501609.html