Quando passei o Cabo das Tormentas
As sereias seguiram-me… E o seu canto
Nunca fora, meu Deus, tão aliciante…
Até acreditei, num breve instante,
Que por algum milagre a nau transviada
Viesse acaso sonâmbula voltando
Às praias luminosas da alvorada…
Mas, ai de mim, esses enganos são
Pesadelos de luz! Antes o escuro, o sossegado
Sono… Mas uma voz: — Que dizes, nosso amor?
Ainda que nos escutes a teu lado,
Nós cantamos sempre no Futuro!
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Ramon Bruin |
Poema extraído de Preparativos de viagem de Mario Quintana.
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