(Pela inauguração do Asilo de Órfãos de Campinas)
Recolhei, recolhei essas coitadas,
Tristes crianças, desbotadas flores,
Que a morte despojou dos seus cultores
E pendem já das hastes maltratadas.
Trocai, trocai as fomes e os horrores,
Os desprezos e as ríspidas noitadas
Pelos afagos dos peitos protetores,
Ensinai-lhes a amar e a ser amadas.
E quando a obra que encetais agora
Avultar, prosperar, subir ao cume,
Tornada em sol esta ridente aurora,
Sentireis ao calor do grande lume
Tanta ventura, que, se fordes tristes,
Jubilareis da obra que cumpristes.
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Asylo de Orphãos de Campinas |
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