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Céu estrelado por Babak Tafreshi |
Quando as estrelas surgem na tarde, surge a [esperança…
Toda alma triste no seu desgosto sonha um Messias:
Quem sabe? o acaso, na sorte esquiva, traz: a mudança
E enche de mundos as existências que eram vazias!
Quando as estrelas brilham mais vivas, brilha a esperança…
Os olhos fulgem; loucas, ensaiam as asas frias:
Tantos amores há pela terra, que a mão alcança!
E há tantos astros, com outras vidas, para outros dias!
Mas, de asas fracas, baixando os olhos, o sonho cansa;
No céu e na alma, cerram-se as brumas, gelam as luzes:
Quando as estrelas tremem de frio, treme a esperança…
Tempo, o delírio da mocidade não reproduzes!
Dorme o passado: quantas saudades, e quantas cruzes!
Quando as estrelas morrem na aurora, morre a esperança…
Poema extraído do livro Tarde de Olavo Bilac disponível para download em Domínio Público (Tarde).
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